AS REUNIÕES DE TRABALHO EM GRUPO NA MENSAGEM EVANGELIZAÇÃO DOS AMBIENTES E AS REUNIÕES DE NÚCLEO DE COMUNIDADES AMBIENTAIS

VER:

             Quase todas as decisões de sua vida são tomadas, com naturalidade, a partir de sua vivência e experiência em lidar com situações.

             Você vai atravessar uma rua, você olha o trânsito, observa a velocidade dos veículos e continua a atravessar. Se você escuta uma buzina, você tende a parar imediatamente e olhar para o lado de onde veio o som.

             Você não sabe nadar e está num clube, você olha a profundidade da piscina e só então toma a decisão de entrar ou não, dependendo da profundidade desta.

             Você está na fábrica, seu local de trabalho, você enxerga uma situação de perigo na sua seção de trabalho, você comunica o fato ao Setor de Segurança ou Manutenção e solicita a manutenção para evitar algo pior.

             Você vai viajar com seu carro. Antes, você avalia trajetos, tráfego, condições de manutenção do seu carro, quantidade de combustível e, só então pega a estrada... se você não quiser ter surpresas desagradáveis.

             Na vida é sempre assim: Você observa a realidade, e, com sua experiência acumulada toma decisões e ações.

             Quanto mais experiência de vida você tem, mais fácil de se tomar decisões.

ILUMINAR-SE:

             Para muitos, o Cursilho é a primeira oportunidade que a pessoa tem para praticar a metodologia VJAAC.

             Essa metodologia é adotada pela Igreja Católica pelo menos desde 1957. Foi criada pelo Cardeal Cardjn, sendo reconhecido pelo Papa Pio XII, em 1957 e, desde então, é usada em muitos documentos da Igreja. Em 1988 foi absorvida pelo MCC, pois observou-se que tem muito a ajudar na Evangelização dos Ambientes.

             Para deixar claro de uma vez por todas:

- Não existe a mensagem VER

- Não existe a Mensagem DISCERNIR/JULGAR

- Não existe a Mensagem AGIR.

Alguns ainda confundem e transformam uma metodologia prática em mensagem, sendo que o programa de mensagens do Cursilho continua inalterado desde a sua origem.

Metodologia é para ser treinada e aplicada. É algo que vem para melhorar o entendimento e colocar em prática a Evangelização dos Ambientes. É algo que faz a mensagem Evangelização dos Ambientes sair das Salas de Mensagens e ir para os ambientes.

             O Cardeal Cadjn apenas deu um acabamento científico em algo que é natural do ser humano, por sua própria condição existencial. É do ser humano observar, tomar decisões e colocá-la em prática. Isto é: Ver, Discernir e Agir.

             O molde das reuniões de trabalho em grupo na mensagem Evangelização dos Ambientes é muito semelhante à reunião de um grupo NCA, com pessoas que convivem na mesma realidade (no mesmo local, independentemente de ser por um período do dia, como por exemplo, na Escola, na fábrica, no hospital, na loja, no banco etc.) e decidem transformar o seu próprio ambiente a luz do Evangelho. Uma diferença entre o trabalho em grupo na mensagem EA e as reuniões de um NCA é que, no Cursilho, as pessoas do grupo de trabalho não convivem no mesmo ambiente e não estão sujeitas à mesma realidade. Já na reunião de um NCA, as pessoas convivem na mesma realidade e se reúnem com o mesmo objetivo por causa disso. Vivendo os mesmos problemas é mais fácil de saber a melhor solução. Nada como “sentir na carne” o problema.

Fora isso, é tudo igual: expõem um problema concreto a ser resolvido, à Luz do Evangelho, fazem o discernimento e, juntos, decidem transformar essa realidade indo à raiz do problema.

TRANSFORMAR:

             Para que o neocursilhista consiga, após o Cursilho, transformar com naturalidade o ambiente para onde retornará, ele precisa aprender de uma vez por todas o emprego adequado da metodologia VJAAC. Se aprende com naturalidade, é igual à pessoa que aprende a andar de bicicleta: nunca mais esquece.

             Mas, se sai do Cursilho com dúvidas, será igual à pessoa que nunca irá tirar as “rodinhas de apoio” da bicicleta: até sabe pedalar, mas não anda com desenvoltura. Fica cheio de insegurança e sem equilíbrio próprio; está sempre apoiado em algo.

             A transformação ambiental é natural para o cursilhista que compreende o chamado e dá o seu sim ao seguimento de Jesus Cristo.

             É preciso compreender. Caso contrário, sai do Cursilho e não sabe sequer o Carisma, ou a finalidade do Cursilho. Não terá protagonismo e desistirá na primeira dificuldade, pois não está seguro de si próprio.

             A transformação ambiental promovida pelo cursilhista não é feita através da experiência de vida acumulada por ele, mas, pela experiência de vivência do Evangelho acumulada ao longo de sua vida.

Para transformar os ambientes, não basta ter uma consciência crítica e senso crítico, é preciso, acima de tudo que essa consciência crítica seja cristã e que o bom senso não fique apenas na boa vontade.

Carlos Carvalho

Cruzeiro/SP - Brasil